
Durmo no teu colo todas as noites,
 Vibro com as respostas que não destes
 Furto-me do desesperar e seus açoites.
 Lanço o meu olhar aos verdes campos
 E transbordo vendo-a bela entre as roseiras;
 Como ave mais feliz em brincadeiras
 Vens e vais, minha canção de acalanto.
 Tu não sabes, viviane, o quanto a quero,
 Não mensuras a pieguice qual atinjo
 No sonhar-te desvairado a todo tempo;
 Que entre lágrimas de álcool mais te sinto.
 Quando senta-te divina frente a mim
 E desvenda as minhas dores com carinho,
 Eu já sinto perdoado e mais feliz
 O poema mais ousado que assino;
 Essa obra à maioria é indiferente,
 Pois é choro e riso manso que bem sabes
 Ser prova de um sentir obediente,
 Ser a onda do amor que mais me invade.
 Tenho sempre em minhas mãos calor das suas
 Quando escrevo e me derramo na entrega.
 Tenho sempre o seu olhar à luz da lua
 Vigiando o meu sofrer na vã espera
 Se lhe tenho como quero em pensamento
 Vai-se embora a minha boa inspiração,
 Dou-me as penas que me dão esse tormento
 De guardar-lhe no meu pobre coração.
 

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