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6 de março de 2011

Chã do jenipapo

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Ah! Essa chã do jenipapo me entorpece!
Digo-lhe quando em vez: comida de bêbado,
Canabys, vela preta, vela branca …
Maldita seja essa bendita de grossas ladeiras
E suas já não virgens paisagens.
De seus açudes e tanques acima.
Amiga chã, minha e da “onça”, enfia-me goela a baixo
Quer seja onde eu esteja, a tristonha hora do ângelus,
Gritada por tua imponente igreja.
Nem sempre me respeita, as vezes teu seio
Margeio; só quero chorar, e até o julgo
Das tuas paredes me rejeita.
Um dia te deixo! Penso: pra não ti lembrar, levo pouca coisa:
A cachaça de feira, a cocada de francisquinha,
Mané-môco no açude, temperos, farinha, procissão,
Devoção ao padroeiro…
Sem esquecer o som que embala a mais festiva semana;
Festa de São Paulo, que serias sem a lira paulistana.
Vês como é, meu Deus?
A chã, hoje com nome de gente, nesse peito pinta e borda.
Faz e desfaz.
Crava-se no frei paulistano
Quando o mesmo pensa que dela se vai.
Às vezes é de ensurdecer, o berro das praças
E esquinas por seus “Heróis”: fundador, clérigos,
Seresteiros,políticos,que não findam
E jamais serão esquecidos. Essa terra tem um alto tom de voz.
Neste momento em que escrevo,
Me pego louco, entediado por culpa da tamanha
Paz e silêncio exagerado; Me embrulha o poder
Dessa terrinha. Eu queria agora a dor do mundo,
Quer fosse noutros prados, mas, ela, cínica,
Me detêm e reaninha. Eita chã do Jenipapo!