Bem Vindo

Seja bem-vindo. Hoje é

1 de outubro de 2010

Morféia

Toda vez é assim !

Fecho os olhos e encontro o barqueiro

Que me leva rio a dentro .

E a prióri , não vejo o negror de eras perdidas ;

Nem fedem as águas caudalosa .

Teu inferno é de mentira , tua dor é mentirosa !

Já , eu, pobre verme a temer a luz ,

Sempre acordo , rezo e agradeço .

Levanto as vistas , cumprimento , me alimento ...,

Rezo e agradeço outra vez ; A guarda se abre

E me tomam de punhais .

Saio pelas ruas , as ruas riem , as horas riem ,

Os côrvos ? então !

Os jornais fofocam , os bares bebem , o asfalto anda, corre,

O estudo concentra ; enquanto eu vejo , ouço , calo e

Amo alguém . provo a mortalha .

Volto para casa , olho o calendário ,

Não vejo mais as datas festivas .

Ajeito a cadeira ; nela me ajeito e não descanso ,

Converso com o tédio e não enlouqueço ; escrevo e detesto ,

Porém conservo . Cochilo no caixão .

Vem a noite , ainda amo alguém;

Alguém que nunca virá ao menos matar-me .

Sinto ser muito , fora do tudo , a grande porção , mas ,

Meus cabelos não grisam ,não caem , e pior

Que talvez eu nem morra . talvez seja um

Cadáver falante ...

Não há moedas para o barqueiro ,

Meus dias bebem demais .