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 Ó ! Veiga minha de velutíneo olhar .
 Ainda tão piegas lhe pareça , escuta-me ;
 Mesmo em vista a paralela veemência
 De uns desencantos , hospedeiro dos
 Viveres da esperança me vou em defesa tua ,
 Servo , cego , sem vontade própria alguma .
 Néscio , o que te cobra novas convenções .
 Nobre , o que te agrada ao polir-te .
 Podres , os que por ti viajam e nunca residem .
 Memoráveis , os de mesmos olhares que os meus
 Perante a Veiga que és .
 Traz os verdes campos no sorriso ,
 Noites pagãs nos caprichos ;
 És calma de mar na chegada ,
 Mar revolto na partida .
 Me conformo , e assim desterro-me
 De esquecer-te ,
 Passo verões no inferno ,
 Lavo-me na lágrimas de camões e
 Volto a defende-lá , Veiga minha ,
 Prado infindável de ilusões .