Bem Vindo

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7 de janeiro de 2011

Se ti vejo

Desire_by_young_feeling

Meu jeito de querer-te é réu confesso

Mesmo em todo seu silêncio .

Como-te com os olhos quando tenho

Você em minha frente , pouca roupa ,

Que desenho!

Rolam meus desejos corpo à baixo

Como seixos a chover de uma montanha ,

Ferve pelo teu meu pobre lábio ,

Transcendo de pensar tuas entranhas .

- cala-me ó morte! - Que já não posso sustentar

Mais esse gozo de não tê-la pérfida ,

Vadia em pensamento

E vê-la santa , futura mãe de meus rebentos.

- Cala-te razão ! – Noutro instante quero

Assim . O avesso de um idílio ,

O bater frenético dos cílios ,

Seu quarto e carnes tudo em fim .

É no meu peito esse duelo ,

Esse barulho infernal ,

E sou réu confesso

Num silêncio sepulcral .

4 de janeiro de 2011

O assassinato

muder

Eu matei !, matei quem mais amava ;

Me espanta o jeito como se deu …,

O modo como o remorso me assalta

E o tempo que , de apagar-se esqueceu .

Alva dama , adentravas a igreja impecável .

Disfarçado, de um conviva radioso , cá por dentro ,

Eu babava pelo inimaginável _

No altar , teu –não . Teu arrependimento .

Assenti , erradamente , que poria-me isento

De possíveis danos de emoções perturbadoras ,

Quando sentei-me frente à ambos ,

No banco primeiro da igreja de N.S. Senhora .

Em paz , caminhava o casal para o enlace,

Exteriormente , eu,expressava resignação .

Porém ,como da água a necessidade ,

Senti o monstro preparado para à ação.

Fui até o coche , levei mão de uma pistola :

Seria a hora fatal , da cerimônia o encerramento .

Pensei : “Terá seu fim , o mal que me assola

ou , morra eu , em anos mais de Dracônio tormento “.

Quando vi , lá vinham todos em cortejo e gracejantes ,

Pessoas dela , pessoas dele , palmas , felicitações ….

Sabe Deus o quanto quis naquele instante

Mudar o curso das terríveis intenções .

Mas quando no dedo dela a reluzir ,

Eu vi o símbolo terreno da união eterna ,

Empunhei o “ cospe fogo” e disse a mim :

Nem eu , nem ele .Que te abrace a fria terra !

Ainda hoje , nada do que eu venha à me ocupar ,

Faz sair da minha mente aquela cena :

O barulho de uma arma a disparar e ,

Ao chão , já sem vida o corpo de helena .