Meu jeito de querer-te é réu confesso
Mesmo em todo seu silêncio .
Como-te com os olhos quando tenho
Você em minha frente , pouca roupa ,
Que desenho!
Rolam meus desejos corpo à baixo
Como seixos a chover de uma montanha ,
Ferve pelo teu meu pobre lábio ,
Transcendo de pensar tuas entranhas .
- cala-me ó morte! - Que já não posso sustentar
Mais esse gozo de não tê-la pérfida ,
Vadia em pensamento
E vê-la santa , futura mãe de meus rebentos.
- Cala-te razão ! – Noutro instante quero
Assim . O avesso de um idílio ,
O bater frenético dos cílios ,
Seu quarto e carnes tudo em fim .
É no meu peito esse duelo ,
Esse barulho infernal ,
E sou réu confesso
Num silêncio sepulcral .
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