Encheram-se de vida as flores
Artificiais , as dos túmulos , da casa
Abandonada , dos campos cercados e
As dos meus olhos cansados ,
Agora regados pelo pranto de
Ouvir teu doce canto embalado
No balanço do moleque -vento.
Não há nada que se acalme ou
Morra,
Quando sua vida passa.
Encheram-se de graça e vida
Os espaços onde antes perduravam
Apenas linhas ; vão meus versos hoje
Falando , do fogo de abraços e beijos
Que sonhados foram , dos porres por
Lembrar-te que , motivados são e,
De ilusória que me és , ó realidade
De que sedento sou tanto !
Transbordam fizestes sem querer
Minha agônia , ao ver que a vida
Deste moço reside na vivacidade
Do teu ser , que a ninguém pertence ,
Tragável só por Deus .
Quem dera ao menos
Fosse eu o inesistente nessa hora ,
Pra não enxergarse quer .
O conformismo da flor artificial ,
Que se enche de graça
Toda vez que sua vida passa .