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12 de agosto de 2011

A mecânica de um adeus










 

 

 

A hora de partir dificilmente atrasa, vejo-a:

Pontual, certa como a vaidade tua de mostra-se bela.

Faz caras e retoques no espelho, e nas bordas do

Esgotar do tempo conveniente surge, urge implacável,

Imperiosa, exata!

Não há muito o que se faça, existem coisas; pessoas e voos.

É padecer.É, quiçá, romântico...

Chorar às vésperas do último ou do primeiro adeus,

Direito? Vaidade? - Miudeza, penso!

Pois que, o embrulho no estômago, a dor e o peso nas pálpebras

E, junto a isso, o natural desfecho de tudo - fora a morte -

Por nós é deferido, ou não.

O humano chora os mortos porque é fácil, é humano...

Já, cultivar o mínimo aqueles que pela hora insossa

De partir, levados são, - enquanto perto, dentro,

Ao redor e por inteiro - é tão pateticamente impossível?

Triste, minha gente, é confrontar o que podemos fazer

Melhor, com a nossa displicência burra.

Se ao menos, vez enquando vociferássemos:

" Vá-se embora, trem do tempo! "

Belos sonhos não findariam num adeus.