Ser é Sentir

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Coisa triste é ser poeta!
É ser a ferida e a dor,
É ser o único que não se cansa
De esperar o grande amor.
É dormir e acordar com a ilusão,
É alçar voos impossíveis , às quedas;
E teimar em não firmar os pés no chão.
Coisa triste é ser poeta!

Coisa triste é resistência,
Forquilha reerguendo o ferido.
Dá-se tanto o poeta à penitência
Que, no que escreve , vive escondido.
Coisa triste é ser poeta,
Ser tão grande e não caber ;
É ser o que sinto e mais ainda,

O que não importa a você.

Lúcily ( fogo do inferno)

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Dramático ! de tão perto eu estava longe.
Cercavam-me grades e o calor se intensificava,
No entanto, era inverno e nós éramos livres.
Porém, era ela o fogo do inferno, e eu , fácil, o que a nada resiste.
Queria mesmo era pecar !
Adentrar em meio as chamas
Que me chamavam , quando meus olhos
Pularam e não tiveram calma de serem
Puros, de serem ternos ; foram ávidos
Ao encontro dela , do fogo do inferno.
Pairavam sonhos cor de céu e
Sorrisos de sangue , concupiscência.

Busca pelo eterno mas, no caminho,
Tuas curvas, onde ardia o fogo
Do inferno, indecências...
Era ela o desejo em carne viva,
O perfume da sedução e a flecha lançada.
A pior das perdições , a que escraviza;
Aquela por qual toda razão calava.
Abria-se feito uma rosa,
Sorria-me feito uma criança ;
Ó, serpente enganosa... , amei com
Tamanha ânsia , que tornei-me subalterno.
Hoje, mesmo à tal distância,

Sinto em mim ainda o fogo,
O fogo do seu jogo,
O fogo do inferno.