O próprio diabo de face grotesca
Não traz nos olhos um par de caninos sedentos,
Aos quais me dou a devorar .
Dos mesmos quais , desde que homem sou ,
Sou também teu alimento .
O diabo pede em troca ,
A força que exalto se apossa
Assim seja-lhe o intento .
Deus , que tudo nos deu , aconselha equilíbrio
Para com toda obra .
Ela não , quando propícia , cobra !
Quando invade foge , quando cresce farta ,
Não sabe quanto realiza ,
Brinca , fere , e quando fere mata ;
Quando me vingo , és menina .
Caem as armas , sobre mim feito roupas
As mentiras .
Si mentes , tuas curvas são verdades ,
Teu sorriso indulgência e , por tal ,
Pago com servidão .
E ti quero só minha ,
Além da vontade , uma pena a pagar ,
Ter sem tê-la .
Malditas sejam paixões
Que desprezam conquistas ,
Desejo-te ao definhar
Do que em toda glória .
O amor entorpece o homem ,
O homem quer o sem fim .
Mortais , por ela se perdem ,
Súditos , facéis assim .