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17 de setembro de 2010

Semidéia


O próprio diabo de face grotesca

Não traz nos olhos um par de caninos sedentos,

Aos quais me dou a devorar .

Dos mesmos quais , desde que homem sou ,

Sou também teu alimento .

O diabo pede em troca ,

A força que exalto se apossa

Assim seja-lhe o intento .

Deus , que tudo nos deu , aconselha equilíbrio

Para com toda obra .

Ela não , quando propícia , cobra !

Quando invade foge , quando cresce farta ,

Não sabe quanto realiza ,

Brinca , fere , e quando fere mata ;

Quando me vingo , és menina .

Caem as armas , sobre mim feito roupas

As mentiras .

Si mentes , tuas curvas são verdades ,

Teu sorriso indulgência e , por tal ,

Pago com servidão .

E ti quero só minha ,

Além da vontade , uma pena a pagar ,

Ter sem tê-la .

Malditas sejam paixões

Que desprezam conquistas ,

Desejo-te ao definhar

Do que em toda glória .

O amor entorpece o homem ,

O homem quer o sem fim .

Mortais , por ela se perdem ,

Súditos , facéis assim .