Bem Vindo

Seja bem-vindo. Hoje é

20 de janeiro de 2015

Hoje

 



















Há dias em que as palavras
Não comprovam-se do éter paridas.
Não sobrecai-nos como se chovidas.
Há dias mesmo sem palavras.
Há dias de palavras... Versos brancos ou rimados
Que me vem de um frio olhar opaco;
Do mogno colonial do criado mudo em meu quarto,
Da janela embaçada pela poluição proveniente 
Dos carros. os dias sem palavras foram os que 
Mais me deram-nas.
Que silenciem os verbos...  Acotovelam-se na 
Gaveta da escrivaninha, sabem já o momento
Em que pretendo fumar. Mal acerca-se de minha boca
O veneno amigo, no fumacê posso avistar já
Transmutadas em ideias.
Ha dias em que as palavras
Descem pelo ralo do banheiro e na caixa do esgoto,
Ao desembocar, na miscelânea impura colabora
À um borbulhar; este, por outrem visto e ouvido
Sugere então observação . Dirar-se-a algo.
Torra-me agora os olhos
Os raios do mito brilhante e mudo de pessoa.
Se quiser, escrevo possível cegueira...
Torra-me agora toda péle.
Terei imenso rubor a qualquer supor subserviente.
Palavra e éter: