Bem Vindo

Seja bem-vindo. Hoje é

17 de dezembro de 2009

Maldito Tempo


...












Hora de crescer,
De plantar as mãos no horizonte e alargá-lo;
De olhar com saudade para antigos desejos
E por uma suposta, boa causa, suplantar os mesmos.
Hora de viajar,
De pegar o trem da nova postura e franzir
Convicto a tez, aprender e falar sereno sobre lisura,
Munir-se de, talvez ...
Hora de matar-se,
Não digo suicidar, mas sacrificarás pedaços seus que ti convém,
Terás que agradar e, se lhe é agradável não interessa aos
Que ti sobrevém.
Hora de respeitar as horas.
O relógio vira pai , mãe, e a esposa ciumenta,
O amor se despe da fantasia , da euforia,
E engaja na missão de sobreviver na convivência.
Hora de aceitar,
As piores imposições são naturais:
Não se é jovem mais que uma vez,
Essa música não é mais sua cara...,
E ironicamente triste, cabelos brancos não determinam nada.
Nunca se pensa em receber , ou confirmar tais horas,
Mas até mesmo essa hora de fazê-los
Tem hora de chegada.

13 de dezembro de 2009

Olhando de Longe


...











Seguem-lhe de olhares procissões,
Vertem-se já ébrios à fragrância tua.
Batem continência frente a seda mais vistosa,
Sei que sinto, não morreu a camponesa.
Mancha-se o teu rosto de saudade.
O disfarce desbota.
Olha do alto e desmaia,
Nos meus braços vem parar.
Ergue-se, volta aos ,agora , seus,
Aos que no luxo ti sustentam.
Dorme em nuvens de mentiras,
Te chamam de orquídea...
Favor me fazem.
Não deixando-te murchar.

11 de dezembro de 2009

Relógio








...







Em meus escritos não porei mais data,
Nada de muito importante;
Penso tê-los feito no passado
E já os ouço lidos num futuro distante.

Já os vejo em nobres repertórios ,
Bem enfáticos, sempre presentes.
Já os ouvi a beira-morte , agonizantes,
Do poéta decadente.

Já os vejo desgastados ,irritantes ,
Algo que me incrimina.
Já os vi perfumados , ofegantes ,
Temperando o sonho da menina.

Já os perdi no tempo e os reencontrei,
Nem sei se sou dono.
Portanto não os datarei.

6 de dezembro de 2009

Rendição


...













De fugir eu desisto.
Furtei-me do calor , da voz,
Dos risos fáceis , dos seus passos e espaços .
Todavia continuo aqui; Residindo entre seu sono e seu meio;
Um pequeno intervalo.
Curvo-me ainda aos fúteis anseios seus,
Fazendo deles meus , mesmo em fuga!?
E de que adianta fugir ?
A cada momento praticando o esquecimento,
Poucos segundos reprisam muito,
Num milésimo a lágrima me desmente;
O silêncio torce meu braço: Você está em tudo!
É quando tudo cabe na minha retina...
Eu me rendo!

Beijos


...

















Ainda lembro e como não?
Fez-se aquele gesto,
Tão pequeno e molhado, um contínuo movimento,
A ilusão mais próxima da verdade
A caminho do eterno, que beijo!
Meu lábio superior contra o seu inferior
E vice e versa; sem conversa e somente
Ao som das nossas almas se mexendo,misturando.
Troca de nectar
Beirando o profano.
Como não ?
Se ainda travados se encontram
Os meus mordedores ,
Lobos que tú alimentava.
Tirava-te o sangue, a saliva e o pudor;
Meu punho direito vergava tua coluna
E seda mansa no meu colo caías.
Duas uvas bem pequenas
Me olhavam ariscas,
Meu joelho fornicava-lhe o portal
Da insanidade, e ti derretias.
Eu regia a orquestra dos teus gemidos,
A dança da tua roupa , apagava-te
O semblante incerto da primeira impressão
Tão seu... tão minha ...
Porém, o tempo roeu-me
A certeza de estar perto,
Quando esse era o segredo.
Fui espesso além essência ,
Passei por você ao invés de morrer daqueles beijos,
Que beijos!
Meu superior , teu inferior...



3 de dezembro de 2009

Um Tanto Quanto (Cálqulos)


.........











Quanto mais longe, mais perto.
Quanto mais não tenho, tenho mais.
Quanto mais fujo, mais ti encontro e me expônho;
Quanto mais quero, espero, e vou atrás.
Quanto mais confuso é que entendo ,
Quando não entendo fica claro.
Quanto mais prendo, me emociono e choro.
Quanto mais suporto, me importo e sofro.
Quanto mais olho, não vejo, só sinto, e o que sinto cresce.
Quanto mais cresce me ganha.
Quanto mais ganha, mais domínio tece.
Quanto mais me perco, te acho e não desisto.
Quanto menos posso, mais te amo e persisto,

Vozes Do Conhaque
















 
Tudo é vazio fora meu copo.
Tudo cogita enquanto esvai-se meu cigarro,
Enruga do meu chapéu o couro
E desbota o ar da minha graça.
Tudo é vazio e calado no agitar-se
Do que não me excita, meu coração
Não se anima mais do que sangrar ainda
Por veias entupidas que coleciono.
Sem alterações, pouco de mim vive;
Mais vivo é o meu cigarro, o copo porém...
Quando viver de fato é si dar,
Tolo, as vezes ach0 que fujo;
Quando enlouquecer é lógico,
Quando dei-me todo,
Quando dei tudo.

27 de novembro de 2009

Vontade sem forças



















Que fosse só ócio...,
Uma lacuna humilde, canção de vento,
Que fosse espuma.
Que fosse ódio cruel e desdenhador,
Que intenso fosse.
Que fosse todo ao contrário,
Declaradamente mercenário .
Que fosse seco , nojento e libertino;
Que fosse amargo, moleque ruim, e não "menino".
Que fosse surdo , mudo...,
E do que é , ainda mais silencioso.
Que fosse , De um a dez, maldoso.
Que fosse só um gozo,
Breve, regular.
Que fosse o fim.
Mas sendo o meu também assim,
Quem no mundo a esse amor.
Haveria para suportar ?