Bem Vindo

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6 de dezembro de 2009

Beijos


...

















Ainda lembro e como não?
Fez-se aquele gesto,
Tão pequeno e molhado, um contínuo movimento,
A ilusão mais próxima da verdade
A caminho do eterno, que beijo!
Meu lábio superior contra o seu inferior
E vice e versa; sem conversa e somente
Ao som das nossas almas se mexendo,misturando.
Troca de nectar
Beirando o profano.
Como não ?
Se ainda travados se encontram
Os meus mordedores ,
Lobos que tú alimentava.
Tirava-te o sangue, a saliva e o pudor;
Meu punho direito vergava tua coluna
E seda mansa no meu colo caías.
Duas uvas bem pequenas
Me olhavam ariscas,
Meu joelho fornicava-lhe o portal
Da insanidade, e ti derretias.
Eu regia a orquestra dos teus gemidos,
A dança da tua roupa , apagava-te
O semblante incerto da primeira impressão
Tão seu... tão minha ...
Porém, o tempo roeu-me
A certeza de estar perto,
Quando esse era o segredo.
Fui espesso além essência ,
Passei por você ao invés de morrer daqueles beijos,
Que beijos!
Meu superior , teu inferior...



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