
...
 Fez-se aquele gesto,
 Tão pequeno e molhado, um contínuo movimento,
 A ilusão mais próxima da verdade
 A caminho do eterno, que beijo!
 Meu lábio superior contra o seu inferior
 E vice e versa; sem conversa e somente
 Ao som das nossas almas se mexendo,misturando.
 Troca de nectar
 Beirando o profano.
 Como não ?
 Se ainda travados se encontram
 Os meus mordedores ,
 Lobos que tú alimentava.
 Tirava-te o sangue, a saliva e o pudor;
 Meu punho direito vergava tua coluna
 E seda mansa no meu colo caías.
 Duas uvas bem pequenas
 Me olhavam ariscas,
 Meu joelho fornicava-lhe o portal
 Da insanidade, e ti derretias.
 Eu regia a orquestra dos teus gemidos,
 A dança da tua roupa , apagava-te
 O semblante incerto da primeira impressão
 Tão seu... tão minha ...
 Porém, o tempo roeu-me
 A certeza de estar perto,
 Quando esse era o segredo.
 Fui espesso além essência ,
 Passei por você ao invés de morrer daqueles beijos,
 Que beijos!
 Meu superior , teu inferior...
 

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