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21 de julho de 2014

Funeral




 



















Aos futuros detentores do féretro meu,
Aos convivas de maior proximidade
Peço não deixar-me, na hora do adeus,
Aos funestos vermes da última profundidade.

Dispenso honrarias de floridas coroas,
De Marmóreo-Brilhoso-Této e mil dizeres.
Guardem o possível choro que gritante ecoa
E levem-me de pronto ao infindo lar sem paredes.

Sepultar-me a, bom amigo das precisas horas
Na majestosa tumba de verdadeiro herói;
Inda eu men mesmo sendo dele à altura,
Quero tanjos convulsos que ao féretro não mais dói.

Jogai-me, bom amigo, no mais alto alto-mar!
Nos braços de um netuno em fogo féro, todo fúria;
Arremessa o resto-morto em vil penúria
No mais fundo cerne donde não pense eu voltar.

Desejo na maior estrela fronte a terra
Dar-me mais que a nau passante à afundar
Desejo nos tentáculos da grande estrela
Côrso morto, ser feliz ao transladar.

E quando a hora, bom amigo, for-me então derradeira,
Não te apiedes da roupagem de um espírito.
Lanca-me ao mar tal qual flechada
Ao seio do enorme mosntro mais bonito.