Bem Vindo

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18 de dezembro de 2014

Madelaine





















És um código, Madelaine!,
Digo-te assim por viver a te buscar
Em profunda investigação.
Na mata-virgem dos teus olhos me perdendo
E me achando, no infinito desses verdes olhos,
Polinésios oceanos, embarcação sem rumo vou
Ao encontro da terra-firme do teu calor;
Das tuas palavras mais perdidas ao vento.
Se no mistério é que te encontro tão senhora,
Tão perfeita alva-alma iluminada, por que então
Quereria eu agora de teu ser tirar o véu ?
Não, doce desatino meu! Quero-te assim feito
A lua suspensa no céu, para que de saturno
Um dia eu roube um anel e adorne o astro celeste que é teu corpo.
Minha madelaine, temo que se um dia eu
Decifrar-lhe e aos olhares, beijos abraços
E amores indevidos te entregares;
Faço de meu ser o teu altar e da minha
Escrita adoração enquanto houver  eternidade.
Deixo-te essas palavras tão sinceras
Como algo que voltarei para buscar,
Como viçosa flor das primaveras 
Para todo o sempre á sua enfeitar.

5 de outubro de 2014

Dois Deuses


Outro dia me pousa no pensar  um pássaro.
Em mim, que pousado estava sobre a vida,
Que pensava sobre voos e pousos e vida;
Sobre vida e pássaro que um dia pousa.
Naquele dia brando de pensar o pouso
Discuti a morte de um jeito manso,
De um jeito meio pássaro que espraia 
Ansiando ninho quente à meu descanso.
Vi então abrir-se o céu e mares todos,
Vi meus anjos, meus demônios desbotados.
Belos, vis, irmãos algozes  misturados.
E um pássaro-menino ainda tolo.
Eu bebia minhas horas mais tranquilas
Derretendo em raciocínios pertinentes;
Derretendo tão descrente frente a vida...
Tão e tanto, tão a tudo intransigente!

25 de agosto de 2014

Analogias (I)


















Principiam já radiarem as ramagens  do meu capitólio.
Surgem as primeiras valas em terreno D´antes plano,
Promissor de fecundos prados, festas constantes e rios de risos.
Sim, é feita para o brilho, agrado e tantas vezes
Deslumbramento alheio; essa paragem ornada
Por dois sóis dos quais vertem, vez por outra,
Cachoeiras d'águas dúbias.
 Principiam já palidez, ferrugens...,
Todo assomo de desses detalhes que acercaram-se das paragem,
Feito Serpente a espreita, pré-ataque.
As ventanias já não preocupam se implicam desalinhos.
A paragem quer mesmo é derramar-se nas seda de um céu escuro,
Porém que ao menos assombre.
Quer frio não o queime (esse meu rosto envelhecido).
Ilná!? Ilná!? Venha-me derolir a fachada encrustada de limo!
Dá-me apenas uma lembrança: Fita a paragem
Hoje morta em vida com teus olhos de saudade cândida.

21 de julho de 2014

Funeral




 



















Aos futuros detentores do féretro meu,
Aos convivas de maior proximidade
Peço não deixar-me, na hora do adeus,
Aos funestos vermes da última profundidade.

Dispenso honrarias de floridas coroas,
De Marmóreo-Brilhoso-Této e mil dizeres.
Guardem o possível choro que gritante ecoa
E levem-me de pronto ao infindo lar sem paredes.

Sepultar-me a, bom amigo das precisas horas
Na majestosa tumba de verdadeiro herói;
Inda eu men mesmo sendo dele à altura,
Quero tanjos convulsos que ao féretro não mais dói.

Jogai-me, bom amigo, no mais alto alto-mar!
Nos braços de um netuno em fogo féro, todo fúria;
Arremessa o resto-morto em vil penúria
No mais fundo cerne donde não pense eu voltar.

Desejo na maior estrela fronte a terra
Dar-me mais que a nau passante à afundar
Desejo nos tentáculos da grande estrela
Côrso morto, ser feliz ao transladar.

E quando a hora, bom amigo, for-me então derradeira,
Não te apiedes da roupagem de um espírito.
Lanca-me ao mar tal qual flechada
Ao seio do enorme mosntro mais bonito.

25 de maio de 2014

Rancor Moderado














Vestal de ponta de esquina, dourada mulher-menina
Passei por ti. Banhei-me  em teu riso lento,
Riso D'ERVA que abre e fecha; me abri, fechei-me
E perdi-me! Não se culpe! Que apenas passo...

Vestal salgada de areias, de bronze dos pés
À corola.Bati com olhar mais perdido no seu 
De soslaios bandidos. Me dei, olhei e fiquei!
Não preocupe! Que se fico, calo...

Vestal de perfume ingrato, feito o mesmo
A se esvair estás em braços que te pagam por 
Abraçar. Com patacas que daqui não se leva.
Não entenda! Chora então o meu rancor...

Vestal que me dá poemas, nessa tarde que em mim
Trovoa, caso venhas contemplar o sol caindo;
É bem certo... Deverei estar chorando,
Deverá meu peito. Por ciúme, estar partido;

Mas ao ver o astro te peço, encarecidamente,
Lança infames hálitos de encontro ao mesmo.
Nem odores da cópula perder-se deixe a esmo:
Lança ao sol, faze-se então onipresente.

20 de abril de 2014

Carta aberta













Essa é uma carta oficial
A quem, ouvindo bem, sabe ver.
É uma carta urbana, campesina,
Aérea, marítima... Para se ler.
Essa é uma carta oficial
A você que mesmo andando,
Feito a curva não sai da esquina,
Não sai de tanto ser esquina na 
E se acha via a ser seguida.
É a você também que chora mais,
E  a você que evitou chorar
Porque refém fizera-lhe talvez 
De despedida eterna um olhar.
Essa é uma carta -mais que oficial!
É  um convite galanteador a você 
Que do alto de sua cegueira enxerga
Um poder ser; num todo desacreditado.
E também a você que nos quatro versos
Acima já postados, não leu nada rimando
Mas continua, peito à nado, procurando
Terra firme assim como essa carta
Engarrafada numa Pseudopena 
Essa é uma carta oficial 
A você que ama e labora na busca
Do que ama, do que te apetece o sentido -mor:
Entender a tudo que viaja desde o pensar
Ao externar, Ao ebulir de tudo antes
Atravessado na garganta do seu ódio,
Do seu amor; do seu triste ou feliz fado...
Desarma o espírito! Lê essa carta!

11 de março de 2014

Visita às escuras ( ousadias)





















"De entrada...,
Hoje, eu vim para desconstruir;
Pra sorver, remoer-lhe a postura...
Eu vim fecundar e depois dormir,
Desfazer pra refazer tu' alma pura."

Deixai por conta agora de uns calafrios,
Que trago na ponta dos dedos um brasa
De uns calores "Pontas de facas"
Pre lhe rasgar a pele de arrepios.

Deixai em loba mão agora a nuca,
Fria, desfalecida alguns segundos.
Antes do aperto ímpio e do puxão 
De quem devora-te mais que tudo.

Deixai as leves alças do vestido,
Ao cair, descobrir-lhe os lindos seios
Que fizeram meu olhar, fiel escravo,
Dentre os mesmos ter de sonho a pesadelos.

E descendo vagaroso por ti fremente,
Vislumbrando, avançando à "trilha";
Tenho a boca salivosa, impaciente
Por fazer-lhe das entranhas uma ilha.


Marcha em frente, ruge o invasor!,
Toma-lhe "pontes" "portão" e "torre"...,
Cavalga sobre prazer e dor
Depois de vitorioso, ri e morre.

Vem o dia, que do sono me solavanca
Para eu ver-me novo e ressuscitado;
Dando-me às vistas tuas nuas ancas.
Sei-me então pelo Amor agraciado.

 " De saída...
   Eu volto pra reconstruir!" 

23 de fevereiro de 2014

Por mais que cinza
















Sob um céu todo cinza,
Toda cor é cinza, toda flor é cinza,
Toda dor e toda quarta-feira são de cinzas.
Dentro de um ou mais abraços cinzas
Seguidos de um ou mais beijos cinzas,
Nem é assim tão cinza a cor que de 
Embrulho serve às emoções de ti
Pouco vertidas quando 
Sou-lhe travesseiro, cama e lençóis quentes.
Sabe? do fundo de certas verborragias suas
Emerge um cinza menos cinza; e vendo assim...
Meio perdido, escuto uns zumbidos vindos
Do peito meu. Penso uma marcha cavalariça 
Rasgando o vale da minha tristeza.
Trazendo boa-nova em galopes de felicidade.
E fecho os olhos, e te vejo a desfazer o cinza
Que emoldura suas dúvidas, seu olhar que me 
Destrincha à procura de terra firme, de prados
Oníricos,- com razão-, os sonhos são nossos e só!
O vento das horas a passar aguça-me o juízo,
Volto defronte ao seu sorriso de amiga,
Sob um céu todo cinza, inda assim, enxergando-te 
Mais bela e perfeita constelação., cinza constelação!

26 de janeiro de 2014

Amante - Amiga












Andei pensando em lhe escrever
Versos amigos e de consideração,
Com carinho respeitoso e bem-querer:
Mas não domo a minha inspiração.

Pois quando vem-me obrigação de agradar
E fecho os olhos, portas e janelas...
Canto, sem o medo de errar:
"Divina apaixonante luz de estrela..."

Que no céu do meu sonhar alucinante 
Manda no mover de outras mais.
Que,sem saber, a este pobre seu amante
Envolve de ternura, orgulho e paz.

Não posso apenas de amizade lhe escrever
Porque o amor é que alimenta minha escrita.
E só escrevo delatando-me a você,
E não me furto de amar a uma amiga.