Eu matei !, matei quem mais amava ;
Me espanta o jeito como se deu …,
O modo como o remorso me assalta
E o tempo que , de apagar-se esqueceu .
Alva dama , adentravas a igreja impecável .
Disfarçado, de um conviva radioso , cá por dentro ,
Eu babava pelo inimaginável _
No altar , teu –não . Teu arrependimento .
Assenti , erradamente , que poria-me isento
De possíveis danos de emoções perturbadoras ,
Quando sentei-me frente à ambos ,
No banco primeiro da igreja de N.S. Senhora .
Em paz , caminhava o casal para o enlace,
Exteriormente , eu,expressava resignação .
Porém ,como da água a necessidade ,
Senti o monstro preparado para à ação.
Fui até o coche , levei mão de uma pistola :
Seria a hora fatal , da cerimônia o encerramento .
Pensei : “Terá seu fim , o mal que me assola
ou , morra eu , em anos mais de Dracônio tormento “.
Quando vi , lá vinham todos em cortejo e gracejantes ,
Pessoas dela , pessoas dele , palmas , felicitações ….
Sabe Deus o quanto quis naquele instante
Mudar o curso das terríveis intenções .
Mas quando no dedo dela a reluzir ,
Eu vi o símbolo terreno da união eterna ,
Empunhei o “ cospe fogo” e disse a mim :
Nem eu , nem ele .Que te abrace a fria terra !
Ainda hoje , nada do que eu venha à me ocupar ,
Faz sair da minha mente aquela cena :
O barulho de uma arma a disparar e ,
Ao chão , já sem vida o corpo de helena .
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