
Fiz dessa pergunta o meu flagelo.
 Sou campanário do sino da esperança
 E único crente no amor que espero.
 Por onde deixas, meu amor, teu puro cheiro?
 Aquele mesmo que, ao anjo arrebatou,
 Que fez o pobre renegar o céu inteiro,
 Dar-se às trevas, aos humanos em penhor.
 Para que prados olham hoje seus cristais?
 Assimos digo porque olhos não parecem,
 E ouso deles sem receio dizer mais-
 Que brutas feras ante eles se enternecem.
 Com tua voz, meu amor, a quem presenteia?
 Essa que, sem brado, faz netuno aos seus volver,
 E mito, sempre mito o canto da sereia,
 A terra sem pressões se remexer.
 Onde pousas, meu amor, teu colo nu?
 Que campo belo entre montanhas...
 Foi a trilha o meu melhor caminho
 Na busca cega de suas entranhas.
 Se acaso um dia, venha tu nos recordar,
 Se atinares que ainda possa me querer,
 Nestes versos, certamente encontrará
 A parte em mim que algum valor possa ter.
 

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