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5 de julho de 2010

Coluna de Areia




...















Meu quintal perdeu o encanto ,
As frutas e toda raiz empalideceram .
Não há mais limo na laranjeira velha ,
O menino e seus mundos morreram .

As formigas de meu quintal nem perguntem ,
Encontreias num bar que costumo ir , tomei tudo
Num só copo , comungamos a imundície ...
Batata ! certamente as engoli .

Lembro-me da jaqueira ainda frondosa
Que hoje sêca e penosa , vejo-a minha avó
Materna em seus dias finais .
Não perguntem quantas sestas , passou
Não volta mais .

Secaram para sempre às poças de molengar
O barro , esse me dava o boi de barro ,
Nada disso existe mais .
O inverno hoje , de lá passa longe ,
Deixando o meu quintal pra trás .

No fundo meu quintal perdeu tudo :
O soldado do golfo , o peão de boiadeiro ,
O mágico do circo , meu sorriso por inteiro ;
O inocente menino rancando tábuas
De um velho chiqueiro .

Meu quintal hoje sem encanto ,
Sob sua custódia tem : Um olhar
Enferrujado , de poeta fugidio e
Frustrado esperando o próximo
Trem .

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